segunda-feira, 15 de junho de 2009

Bibliografia V: Ronaldo Vainfas


Ronaldo Vainfas começou a flertar com a História antes de ingressar na universidade. Seu ponto de partida foi o Colégio São Vicente de Paula, onde textos de Celso Furtado e Caio Prado Júnior faziam parte de sua bagagem literária. Antes de enveredar pela história cultural - hoje é um dos autores que mais contribui para nossa historiografia -, influenciado pela volta de Ciro Cardoso ao Brasil, desenvolveu suas primeiras pesquisas com temas ligados à História da América.
Nessa época conheceu uma rotina pesada, que incluía aulas numa escola municipal em Niterói, aulas na universidade, pesquisas na Casa de Rui Barbosa e o mestrado, tudo de uma vez. Teve que esperar algum tempo até chegar aos temas de História do Brasil colonial (sua especialidade) e, com um pouco mais de calma, poder desenvolver seus estudos com as fontes adequadas.
Desde 1978 é um dos professores da UFF e foi um dos coordenadores que participou da reforma curricular da graduação de História, embora as experiências administrativas não sejam majoritárias em seu currículo. Com opiniões marcantes e às vezes polêmicas, Vainfas está sempre produzindo e divulgando seu trabalho sem grandes preocupações com críticas em contrário. Acredita que a exposição da produção acadêmica na mídia atende às novas expectativas da sociedade, que hoje valoriza ainda mais o seu passado e busca suas raízes.
Ao longo do século xvi os colonizadores europeus se horrorizaram com um fenômeno religioso entre os tupis, a que chamaram "santidade". Nela, em meio a danças, transes, cânticos e à fumaça inebriante do tabaco, os índios renovavam a peregrinação à terra sem mal - lugar mítico da felicidade eterna que buscavam no mundo terreno. Vasculhando documentação inquisitorial inédita sobre o culto indígena na fazenda de Jaguaripe (Bahia), Ronaldo Vainfas descobre na santidade uma idolatria insurgente, culturalmente híbrida, que ao mesmo tempo negava e incorporava valores da dominação colonial. Por meio de um texto apaixonado e instigante, o autor lança luz sobre uma nova e reveladora faceta da conquista da américa portuguesa.

3 comentários:

  1. Meu professor no Mestrado na Uff. Um dos seres humanos mais fantásticos que já conheci, sem contar o excelente historiador. Meu curso sobre Restauração Portuguesa ministrado por ele, foi o melhor da minha vida.

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  2. xaudades do meu sor
    Carol
    Paty
    Peris
    Rêêh

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  3. É um dos maiores contribuidores, com seu talento de pesquisador, ao resgate de momentos da história brasileira antes envoltos na penumbra ou não descritos. É um gênio.

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